Práticas Intervencionistas no Patrimonio Edificado do Rio Grande do Norte: da Reconstrução Mimética a Uma Abordagem Crítica
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Date
2013-11-01Author
Vieira, Natalia
Maranhão, Haroldo
Vieira, Monique
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O presente artigo oferece uma reflexão sobre o ato de projetar em edificações de reconhecido valor patrimonial. Debates recentes acerca da intervenção no patrimônio edificado apontam a existência de grupos com posturas distintas, onde se destacam desde profissionais que defendem veementemente o aprofundamento teórico como base indiscutível para as decisões projetuais a serem tomadas, sempre levando em conta o princípio da distinguibilidade, postura assumida neste artigo (onde destacamos as formulações brandianas), a grupos que permanecem na defesa de uma visão repristinadora e oitocentista de restauro. Este tipo de discussão assume elevada importância quando observamos uma prática consolidada, e historicamente arraigada no Brasil, que ainda se baseia no suposto “retorno ao original”, visão oitocentista superada por diversas contribuições teóricas posteriores, porém, ainda amplamente utilizada em território nacional. O necessário reconhecimento dos valores imateriais e intangíveis, ao que nos parece, tem levado à perpetuação de práticas de reconstruções miméticas sob o manto da decisão tomada a partir da participação popular. Para exemplificar esta análise, apresentaremos algumas práticas preservacionistas realizadas no estado do Rio Grande do Norte, primeiramente mostraremos exemplos de uma ação técnica fortemente marcada pela visão oitocentista de repristinação através dos casos de restauração da Casa de Câmara e Cadeia de Vila Flor e da Igreja Nossa Senhora da Apresentação em Natal, e, em seguida, apresentaremos dois outros casos que apresentam posturas que reconhecem o tempo da intervenção e negam a criação de falsos históricos, onde o novo e o preexistente se articulam sem perder a individualidade e personalidade de cada um: a Capitania das Artes e a Casa da Ribeira.