Idiossincrasias Instrumentais ou negando a psicografia arquitetônica
Abstract
O presente artigo trata da relação entre o processo de projeto e seus diversos instrumentos de suporte. Em contraponto a uma visão idealista da criação arquitetônica (psicografia), que minimiza a importância da ação do projetista, o trabalho defende a hipótese de que os instrumentos de projeto, com suas possibilidades e limites, estimulam modos específicos de concepção. Para tanto, articula diversos autores relevantes no campo do conhecimento, buscando identificar o projeto como um processo baseado na reciprocidade entre ação, percepção e reflexão, tendo por suporte os sistemas de representação (instrumentos). Após compreender essa relação, são apresentados e analisados textos e projetos que evidenciem a importância dos instrumentos na concepção arquitetônica. Como consideração final, o artigo reivindica uma compreensão explícita e uma postura crítica frente aos instrumentos de projeto, destacando, na atualidade, os riscos inerentes à excessiva difusão de técnicas pelos instrumentos digitais.