Proposta de Requisitos de Avaliação para Disciplinas de Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Abstract

Um dos problemas que se verifica na avaliação do processo de ensino-aprendizagem em Ateliês de Projeto de Arquitetura e Urbanismo é o caráter subjetivo dos requisitos que devem ser satisfeitos pelos trabalhos dos alunos, que, em geral, sentem-se incapazes de compreender os requisitos usados pelos professores na avaliação. Soma-se o fato dos próprios professores não considerarem importante a explicitação de tais requisitos. Este assunto tem despertado o interesso de alguns pesquisadores que tentam analisar, discutir e sistematizar a avaliação e os subsídios para a mesma, tornando-a mais objetiva. Partindo-se do pressuposto de que os ateliês, de caráter teórico-prático, devem basear-se em um processo contínuo organizado em etapas articuladas e que deve ficar claro ao acadêmico quais os objetivos que o mesmo deve atingir, é importante explicitar os requisitos considerados na avaliação do processo de ensino-aprendizagem. Este artigo apresenta uma proposta de requisitos para a avaliação do processo de ensinoaprendizagem em Ateliês de Arquitetura, encaixando-se no eixo Proposição do Projetar 2009. Tais requisitos foram construídos a partir de bibliografia sobre o assunto e através da experiência construída ao longo de seis anos de ministério de disciplinas de projeto arquitetônico. Os requisitos baseiam-se em domínios cognitivos desenvolvidos pelos alunos e são classificados segundo condicionantes de projeto, vínculos com a Estética, História e Teoria, necessidades dos usuários, conceito-forma, exeqüibilidade, organização espacial, escala, representação e defesa oral, a partir da visão de diversos autores. O que tem sido observado ao longo da experiência é que os acadêmicos desenvolvem sua capacidade de reflexão e crítica objetiva nas diferentes etapas de desenvolvimento da disciplina, sentem-se mais seguros na exposição de suas idéias, na argumentação e aceitam os graus atingidos nas disciplinas com uma maior consciência dos problemas e potencialidades relativos às suas tomadas de decisão.