A Configuração como Estratégia para o Projeto: Experiências e Reflexões
Abstract
Parece residir o problema da projetação arquitetônica não apenas na ausência de clareza sobre os subsídios de projeto, e sim nas próprias teorias que lhes dão suporte. HILLIER e HANSON (1997) afirmam, por exemplo, que os corpos teóricos em arquitetura tem sido “extremamente normativos e pouco analíticos”. Das estratégias analíticas, a Teoria da Lógica Social do Espaço ou Sintaxe Espacial tem merecido destaque devido à ênfase sistêmica ou relacional para a investigação do espaço construído/pré-figurado. A teoria contempla técnicas de entendimento e representação do espaço, busca antever as respostas que o meio construído dará à sociedade, uma vez que as relações sociais acontecem no espaço, que responde e afeta tais relações. O espaço não é um elemento passivo. É também uma variável independente. Este trabalho, portanto, apresenta uma série de reflexões sobre a adoção da abordagem em disciplinas de projeto (Projeto 2, Projeto 6, Projeto 7 e Planejamento Urbano) nos Cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília e do Centro Universitário Unieuro (Brasília – DF). A iniciativa ocorre em consonância com o Projeto Pedagógico e/ou as ementas disciplinares, que interpretam o ensino de arquitetura como a capacitação em projetar qualquer espaço socialmente utilizado, a partir de um processo de ensino-aprendizagem baseado na Teoria Dimensional, ao estabelecer a associação entre os atributos de configuração dos lugares e as correspondentes expectativas sociais (HOLANDA e KOHLSDORF, 1995; KOHLSDORF et. al, 2001; KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2005; HOLANDA, 2007). Resultados obtidos entre 2006 e 2008 têm demonstrado a eficácia da sistemática para o esclarecimento aos alunos de aspecto da arquitetura usualmente desconhecido ou pouco explorado, a despeito de uma considerável bibliografia nacional sobre o tema: a dimensão copresencial/sociológica, produto do olhar da Sintaxe Espacial, em que são observados os efeitos da configuração para restringir ou fomentar encontros e esquivanças no espaço construído.