A Tipologia como Processo de Investigação e a Metáfora na Arquitetura
Abstract
A simbiose entre ensino, pesquisa e prática sempre esteve presente no processo da educação. Valorizar este trinômio fortalece o seu vínculo no processo investigatório do projeto para que não se perca o equilíbrio entre as partes, e, também, para que não ocorra a possibilidade de uma sobrepor-se às outras. O estudo da tipologia, recorrente na teorização de diversos arquitetos, justifica-se aqui, como processo para investigar o tema – projeto - e suas relações entre o ensino, a pesquisa e a prática, apoiando-se no conceito de tipo como fundamento da arquitetura e na tipologia como o modelo analítico da arquitetura. A aproximação da tipologia como processo de investigação, a partir da ‘comparação metafórica’ na arquitetura, está baseada no entendimento da metáfora enquanto figura de linguagem, em que há a substituição de um termo por outro, na dualidade de significados e na relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. A implantação do Plano Piloto para a Barra da Tijuca na zona oeste do Rio de Janeiro, nos anos 70, de autoria de Lúcio Costa, surge como estudo de caso para esta associação entre a figura de linguagem e o estudo da tipologia, através da percepção das imagens que são criadas pelas metáforas e as relações de semelhança que elas vão produzir, baseadas na intensa discussão entre realizar ou não na Barra a semelhança com a zona sul do Rio. O processo de análise considera a busca da metáfora como um fenômeno enriquecedor para a cultura social e integrante da formação tipológica, sustentando-se no campo teórico por autores que trabalham com a Tipologia, como Quatremère de Quincy, Rossi, Argan e Colquhoun, e, para a aproximação entre Tipologia e Metáfora, através de Moneo, Hegel e Consiglieri.