dc.description.abstract | O objetivo principal deste artigo é descrever as relações ambiente-comportamento entre indivíduos presos e espaços de restrição de liberdade, evidenciando o diálogo existente entre este indivíduo e os componentes arquitetônicos, suas negociações e subversões no contexto sócio-cultural deste ambiente, caracterizado pela disciplina e controle, espacializando as relações de poder que emergem dentro do microssistema cela. Utiliza-se, para tal análise, a Teoria Ecológica do Desenvolvimento, localizando espacialmente os subsistemas que compõem o desenvolvimento subjetivo, dentro de um estabelecimento penal, demonstrando que o espaço planejado não anula as enunciações de ações do usuário, pelo contrário, restituindo as condições de enunciação e de circulação que lhe conferem as múltiplas possibilidades de sentido. Por outro lado, as ações do usuário não fazem desaparecer o enunciado do planejador, como se este estivesse se eximindo de qualquer afirmação que se distinga do que diz o usuário. Assim, conclui-se que a configuração espacial, ainda que objetivando a restrição de movimentos e autonomia dos indivíduos, acaba por possibilitar emergência de novos usos, novos significados e, consequentemente, novas subjetividades. | pt_BR |