Ensino, Planejamento Territorial e Diálogo
Abstract
Cientes da forma de ocupação do território brasileiro, que vem se mostrando predatória e tem contribuído para acirrar ainda mais as diferenças sociais existentes, os cursos de Arquitetura e Urbanismo deveriam procurar desenvolver no aluno a habilidade de ler os conflitos e as potencialidades que o território, o estado e a nação conferem à paisagem, à cidade, ao abrigo humano, à ocupação do território e ao entendimento das dinâmicas ambientais, de modo a rever os valores éticos e estéticos que impulsionam esses processos. O presente trabalho apresenta uma reflexão a cerca do papel do arquiteto urbanista e se apóia em um processo participativo que promoveu a discussão com a população local a respeito dos impactos provenientes da implantação de duas usinas hidroelétricas na Amazônia. As discussões possibilitaram a construção de um documento legal reivindicando os direitos e anseios da população. Pretende-se, com a exposição crítica desse estudo de caso, fomentar a reflexão sobre a necessidade de se promover uma construção conjunta com nossos alunos, a respeito do entendimento da dimensão das diversidades ambientais, culturais, sociais e econômicas existentes no Brasil.