Conversando Com o Arco
Abstract
Este trabalho investiga a apropriação do elemento – Arco – em três obras de arquitetura. Seu objetivo é o de revelar distintas formas de sua aparição, como componente arquitetônico. O arco é um elemento estrutural curvo que, construtivamente, cobre um vão. Seu desenho propiciou a ampliação das aberturas, então limitado à resistência da pedra da arquitrave. Assim, o vão restrito às dimensões e resistência da pedra do intercolúnio, foi ampliado graças ao sábio arranjo das aduelas. O arco e seu corolário em superfícies, como as abóbadas, definiram novas possibilidades construtivas e gramaticais para a arquitetura. A nova gramática foi sintetizada pela sua inserção ao sistema de ordens. As superposições das colunas aos arcos foram utilizadas e registradas em vários tratados de arquitetura, dando origem à sintaxe - ordem e arco - fundamental à linguagem clássica. A flexibilidade de sua lógica estrutural expandiu sua aplicação a um imenso número de soluções, adquirindo várias configurações e nomenclaturas: arco pleno, de ferradura, ogival, abatido, arcobotante etc. A capacitação técnica e expressiva continuou mesmo após a inserção de novos materiais, como o aço e o concreto. Com eles, o arco estendeu sua serventia edilícia e alargou sua expressão arquitetônica. O diálogo com alguns de seus empregos, desde as proposições modernas até as mais recentes revisões contextualistas, revela como uma inicial atitude de construir um vão mais amplo, pode abrir-se para um discurso de extensão poética. Serão apresentadas três conversas com o arco: 1) O arco da máquina – Palácio dos Soviets - Le Corbusier - 1929/34 2) O chão e os arcos – Pavilhão do Brasil em Osaka- Paulo Mendes da Rocha - 1969 3) O arco e a memória – Museu de Arte Romana – Rafael Moneo - 1980/84