Formar Ou Informar? Sobre o Aprendizado do Arquiteto
Abstract
Deveria ser uma obviedade afirmar que o período de aprendizado do arquiteto, na escola, é de formação. Entretanto, ainda persiste uma expectativa de que o aprendiz já traga com ele uma bagagem, inclinação, negando o sentido mesmo da escola. “Tendência, inclinação”, neste caso, são fenômenos tidos como apenas inatos onde o ambiente não interfere. A partir do Renascimento, o labor do arquiteto foi se afastando do canteiro de obras. Apoiado no desenho em perspectiva e nos inúmeros tratados de arquitetura, a atividade projetual passou a ser o universo do arquiteto e ter como instrumento de trabalho, “imaginar” a arquitetura e apresentá-la através do desenho deu-lhe um status intelectual. Entretanto, habilidade e criatividade (exigidas do aprendiz de arquitetura), carregam consigo uma experimentação que não é encontrada nas salas de aula das atuais escolas de arquitetura. Contrariamente a atual “prática” de ensino, ensimesmada em uma sala de aula onde a experimentação não acontece, a Neurobiologia traz descobertas que permitem base científica da qual prescindiram a Filosofia e a Teoria do Conhecimento, para comprovar a importância da experimentação. As novas descobertas sobre o cérebro apóiam, por exemplo, as teorias de ROUSSEAU (1999), segundo as quais “nossos primeiros mestres de filosofia são nossos pés, nossas mãos, nossos olhos”, apontando para a necessidade de exercício de estímulo dos sentidos como caminho para aumentar a capacidade sensível.