O processo de concepção da SUFRAMA de Severiano Porto: solução inventiva na flexibilidade da malha reticular
Abstract
O presente artigo faz parte de pesquisa maior sobre o pensamento e obra do arquiteto Severiano Mario Porto (1930). Dentre os objetivos da investigação está compreender o significado de sua arquitetura a partir da análise de algumas de suas obras emblemáticas à luz do processo operativo do projeto. Estudar a contribuição dos arquitetos à arquitetura através do desvelamento do processo que produziu o seu resultado poderá ser de grande esclarecimento sobre a maneira como o arquiteto pensa a arquitetura e a cidade, de como é a sua visão de mundo. No presente trabalho, dada a limitação de um artigo, escolhemos para análise a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus–SUFRAMA (1971-1973/1994-1995). Durante o processo de projeto o projetista em arquitetura lida com enunciados pouco claros e precisos. Geralmente são apresentados problemas complexos e mal definidos. Os entraves durante o desenvolvimento de projeto são vários, há limite de tempo para a sua conclusão e o projetista deverá se ater a algum elemento do projeto para que possa concluí-lo. Para entender essa interdependência entre problema e solução, vários estudiosos mostram que os arquitetos costumam fazer uma janela seletiva (SCHON, 1983), e se apegar a determinadas ideias inicias (DARKE, 1979;ROWE, 1987) de solução antes mesmo de terem definido ou entendido completamente o problema. Diante da complexidade do projeto da sede da SUFRAMA constatamos que Severiano Porto fez uma janela seletiva na problemática da indefinição do programa que por sua vez o levou a considerar a ideia de flexibilidade como o princípio gerador do projeto.