Maquinaria contemporânea Intersecções diagramáticas na arquitetura
Abstract
Os procedimentos de criação no campo da arquitetura e do urbanismo na interface da filosofia, da arte e da ciência, tendo como linha de costura o diagrama, buscam um entendimento conceitual como processo operativo nos trabalhos de alguns arquitetos e artistas. Compreendido como uma máquina de forças em potencial, o diagrama não será tratado como um dispositivo estático de representação, mas como uma ferramenta processual e aberta que, elevada à sua potência diagramática, é capaz de colocar em xeque os principais enunciados hegemônicos de saberes sedimentados na produções contemporâneas. Em um plano de imanência conceitual, o artigo aponta possíveis articulações entre a lógica formal como manifestação de relações de forças de um diagrama incorporal e virtual explicitados pelos filósofos franceses Gilles Deleuze (máquina abstrata) e Michel Foucault (dispositivo de poder) e suas possíveis reverberações na interface da arquitetura. Essa atualização, assimilando a arquitetura como campo ampliado – discursivo material – de ação, de plasticidade político-cultural, de problematizações e de contaminação com outros territórios das artes, aponta reflexões instigantes: imersos em dispositivos de informação, meios digitais e comunicação quase que instantânea, a dimensão diagramática e que constrói espaços em suspensão, praticamente se multiplica. Esquemas, esboços, modelagens, simulações, linhas, contorno - a descoberta da processualidade através de diagramas se transformou em uma rede aberta e de confronto emergente.