dc.description.abstract | Os alunos da disciplina Projeto de Urbanismo 2 (PU-2) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, sob orientação do autor, têm trabalhado sobre áreas de centralidade urbana no Distrito Federal, Brasil. Uma delas é a Plataforma Rodoviária (PR), situada no cruzamento dos eixos Rodoviário e Monumental do Plano Piloto de Brasília, e seu entorno imediato. Na PR estão o terminal central das linhas de ônibus e a estação central do metrô. Por aqui passam diariamente dezenas de milhares de pessoas. O grande fluxo de pessoas atraiu camelôs. Isso foi considerado inadequado e a “solução” restringiu-se à sua remoção para um “camelódromo” (apelidado “shopping popular”) a seis quilômetros de distância. Os alunos são instados a repensar a medida: identificam onde a ocupação do lugar é rarefeita (p.ex. as descontinuidades físicas) e onde ela é excessiva (p.ex. a grande quantidade de estacionamentos para carros); consideram padrões de uso do solo que impliquem a atração de maior número e variedade de pessoas; especulam como se poderia usufruir melhor as visuais da Esplanada dos Ministérios a partir da PR – o cartão postal de Brasília por excelência – e como a figura da própria Plataforma Rodoviária, já muito presente no imaginário popular, poderia ser fortalecida; pensam em artifícios para melhorar as condições bioclimáticas para a circulação de pedestres (hoje é uma área excessivamente mineralizada). Brasília está bem dotada de espaços cuja função primordial é expressivo-simbólica, não tanto de lugares públicos abertos para funções práticas – intensa apropriação informal no cotidiano das pessoas. Seria esta a principal vocação da Plataforma Rodoviária? A remoção dos camelôs vai na contramão desta vocação. No seu lugar deixou grandes vazios ou um mar de carros estacionados. A grande mídia e as classes médias celebraram a remoção como a “vitória da beleza e da ordem”. Para quem, cara-pálida?... | pt_BR |