dc.description.abstract | O artigo define teoria vicária como pressupostos apresentados de forma sistematizada que visam postergar, desviar a atenção, dissimular questões cruciais, manipulando a opinião pública e as ações de governos, instituições, organizações comunitárias, entre outras entidades, assim como são usados como recurso intelectual na redução da dissonância entre as ações ou omissões políticas, de um lado, e do outro a consciência que um grupo intelectual de importância, como os arquitetos, tem sobre sérias questões colocadas a seu campo de responsabilidade profissional. A teorização vicária pode ser fluente em um tempo repleto de incertezas e ambigüidades, com um fluxo rápido, trepidante, de mudanças políticas, científicas, econômicas, e nas estruturas sociais, onde um padrão de desintegração ou fragmentação da herança intelectual predomina, como resultado do processo de globalização, hegemônico, violento. A análise das ações profissionais deve ser relacionada às principais idéias presentes no discurso e nas ações no âmbito das políticas públicas, revelando fortes associações entre ideologias projetuais, como o desenho urbano, e o conservadorismo político; a formação de arquitetos e o escapismo acadêmico; a indulgência doutoral e a desordem urbana. O autor propõe a retomada do diálogo multidisciplinar entre a arquitetura, o urbanismo, a geografia, as ciências ambientais, a sociologia, a economia, a psicologia, entre outras, de modo a reconstruir a integridade da ação política dos arquitetos, tal como almejado desde o movimento modernista, mas como algo inevitável, se considerarmos a crise ambiental global que já está no horizonte do futuro próximo de nossas sociedades. | pt_BR |