dc.description.abstract | Este artigo apresenta uma reflexão sobre uma experiência de ensino de projeto. Descrito o ambiente acadêmico gerador e palco dessa experiência, nomeada Método Mix, revela-se então o seu processo projetual, que utiliza na construção do pensamento a associação entre o desenho, a elaboração de maquetes físicas de estudo e atendimento a um contexto simulado. A maquete física, geralmente executada como etapa final do projeto, é, nessa experimentação, a base da investigação espacial e construtiva, funcionando como esboço tridimensional, que interage e complementa os desenhos de criação. Construída no ateliê, no decorrer da aula, sob continua monitoração do professor, utilizando materiais os mais diversos, de fácil manipulação, a maquete é o elemento que permite ao aluno melhor refletir sobre sua criação: as questões de ordem legal, técnica e operacional; as interações do espaço interno e com o sítio; a questão estética; a funcionalidade, entre outras. A construção do “monstrinho” – a maquete de estudo - se coloca, então, como parte fundamental do processo de cognição e age como deflagrador do processo criativo. Esse método, apesar de exigir um enorme esforço das partes envolvidas, torna possível a materialização da síntese daquilo que foi apreendido pelo aluno tanto no âmbito do curso como em outras experiências. O resultado estimula e enriquece o diálogo entre alunos e professores; reafirma o ateliê como espaço de debate e troca de informações e experiências; exige o enfrentamento de situações que, mesmo simuladas, se assemelham a reais, instigando a pesquisa e preparando o aluno para atuar com qualidade e ética. Assim, diante dos significativos resultados obtidos no decorrer de quase uma década, uma questão se coloca à reflexão: por que tão rico recurso de investigação e expressão - a maquete física de estudo - é muitas vezes relegado no ensino de projeto, frente à utilização de meios digitais? | pt_BR |