dc.description.abstract | Esse trabalho buscará investigar e analisar a relação entre “fazer crítica” e “criar” no processo projetual arquitetônico. Esperamos provocar o debate sobre o ensino de arquitetura que se mantém fragmentado e compartimentado em especificidades dificultando o entendimento do ato de elaborar crítica como ação intrínseca ao ato criativo. Ou seja, buscamos trazer à agenda de discussão a relevância da crítica arquitetônica como meio de aprendizagem, investigação e atuação profissional, já que entendemos a crítica como ação da criação. Visando a ampliação do campo de atuação da crítica, o seu significado merece revisão – o que possibilitará estabelecer os nexos entre crítica e criação, demonstrando que o ato projetual da arquitetura é essencialmente o ato de fazer crítica. Tomando como referencia o texto de Montaner - que associa o ato de fazer crítica ao ato de atribuir valor - e numa outra dimensão o conceito de Crítica Operativa desenvolvido por Tafuri, buscaremos elucidar que a elaboração de uma análise crítica é também ato criativo e projetual: enquanto valoração, construção histórica, formação e legitimação de ideais e valores. Ademais a crítica como criação avança no campo da produção efetiva das obras de arquitetura. Projetar arquitetura - enquanto decisões fundadas em valores - é fazer critica. Todo arquiteto é um crítico da produção arquitetônica e exerce sua atividade fundada em matrizes teóricas adotadas consciente ou inconscientemente. Assim, o ato de criar é o ato de fazer crítica e o processo criativo está intimamente ligado à capacidade crítica do autor. Essas dimensões constitutivas da crítica explicitam as suas esferas coletivas, individuais e éticas, onde o desafio do ensino de arquitetura habita. | pt_BR |