dc.description.abstract | A atividade projetual é quase sempre encarada como uma prerrogativa do arquiteto. Mas o que realmente significa projetar? Haveria a mesma concepção projetiva entre o arquiteto e o leigo? O que se pode entender por um pensar projetivo? Haveria uma contribuição no pensar projetivo do leigo para o arquiteto? Inicialmente, pode-se afirmar que o projeto seria uma antecipação daquilo que viria a ser o objeto construído em si. Logo haverá a necessidade de o projetista abstrair a articulação dos diversos elementos (materiais, simbólicos, construtivos, legais, culturais etc.) que estarão envolvidos no objeto arquitetônico. Porém, é necessário observar que a idéia de projeto arquitetônico é normalmente concebida como antecessora da produção do espaço. Entretanto, esse pressuposto se revela inconsistente na medida em que o conceito não pode ser visto apenas como uma elaboração que antecede ao projeto e é substituída por este. Os conceitos, entendidos como signos lingüísticos responsáveis por traduzir, no discurso oral ou escrito, o pensamento projetivo, surgem da reflexão sobre a experiência dos espaços, vivida, conhecida, imaginada ou idealizada. Por outro lado, fora do âmbito profissional, uma construção muitas vezes prescinde de uma inter-relação de seus elementos. Tal prática já estaria presente na arquitetura popular, pois esta se desenvolve pela repetição de um modelo ou ícone. Pode-se então questionar quando haveria uma “necessidade” da ruptura com tais modelos e práticas e, assim, resultar em uma “inovação”. A partir de uma análise fenomenológica procurar-se-á demonstrar que o fazer arquitetônico tem condições de prescindir de um pensar totalizante. Esse trabalho procurará também mostrar que o arquiteto antes de elaborar qualquer projeto deve procurar compreender a realidade daqueles que usarão e usufruirão de sua obra. E, a partir daí, estabelecer um diálogo entre as diversas realidades que compõe todas as condicionantes projetuais. | pt_BR |