| dc.description.abstract | Nosso objetivo neste trabalho é pesquisar a relação da arquitetura com o seu processo construtivo, especificamente, com a poética da sua materialidade. Para isso, adotamos um conceito de forma e sua relação com o lugar, uso e técnica. A partir desse conceito, selecionamos alguns edifícios para pesquisarmos o contexto no qual foram desenvolvidos, suas premissas de projeto e suas soluções construtivas. Fizemos, então, nossas análises, nas quais abordamos as formas de interação entre as disciplinas envolvidas nos projetos estudados, a relação das tecnologias com as questões econômicas vigentes na época, a relação dos materiais e sistemas construtivos com a solução formal resultante. Dentre os projetos escolhidos, pudemos verificar estratégias comuns entre eles, que podem ser indicativas para uma mudança na atuação do arquiteto. A primeira é a importância de uma interação entre as disciplinas envolvidas no projeto, desde sua concepção, e que aconteça de forma “aberta” às contaminações recíprocas. Encontramos evidências de que a opção pelos materiais e sistemas construtivos deva ser sempre problematizada, e de que o enfrentamento é a única solução para se vencer as barreiras econômicas. Em relação à forma, é importante que ela seja resultado de uma operação arquitetônica complexa, e, nas situações em que a escolha dos materiais e sistemas construtivos é feita a partir de um contexto geográfico e cultural, há maior possibilidade de que o resultado formal também seja coerente com esse contexto. Entretanto, não estamos aqui propondo uma busca pela “essência arquitetônica” através da escolha dos materiais, pois cairíamos numa dicotomia redutora: materiais locais versus tecnologia high tech. Acreditamos que a arquitetura pode ser entendida como superposição de realidades tectônicas, que é seu papel mediar o paradoxo identidade/superação, e que sua poética pode estar em encontrar novas formas para velhos materiais, ou velhas formas para novos materiais... | pt_BR |
