dc.description.abstract | A cidade é o horizonte do projeto e se realiza através de um procedimento que estabelece, entre edifício e organismo urbano, uma relação de interdependência, receptividade necessária e transitiva; uma rede na qual, por um lado, o edifício, inserto em uma dinâmica que o precede, é promotor da experiência da vida urbana e, por outro lado, a cidade é, simultaneamente, resultado e geratriz da tipologia edificada. O que exige, tanto registrar a necessidade de estruturação urbana desde uma visão de “totalidade”, como um “olhar crítico sobre a obra isolada”. O conceito de que o ambiente humano é uma totalidade e que o edifício isolado é uma idéia superada é anúncio da consciência/cognição de que, à amplitude de referências que incidem sobre as necessárias questões que o projeto deve formular, o edifício necessariamente precisa assumir sua condição urbana e construir a cidade. A arquitetura, que tem a cidade como espaço de referência, está comprometida com contextos consolidados e com a vitalidade da vida urbana, seja revelando estruturas históricas seja impregnando o conhecido com o desenho do imprevisível. Este modelo de procedimento define que a forma do artefato se abre a escalas mais amplas de materialização e está plasmada por uma dinâmica “intra” e “extra” arquitetônica, e o que está em questão não é somente a arquitetura como construção, senão a contemporaneidade como tal, sob os aspectos com que a arquitetura constrói e interpreta espacialmente a cidade. Isto envolve uma antropologia do espaço, ligada, diretamente, tanto ao tema funcional a que se refere, como ao que quer abarcar e simbolizar. Neste sentido se pode falar da presença de um enunciado que propõe resgatar o desejo de uma arquitetura que alcance a máxima visibilidade do gesto e do texto vivo, onde o que está em jogo é a própria cidade e o sujeito, todos, como objeto do discurso. | pt_BR |