dc.description.abstract | A memória é um elemento fundamental no projeto arquitetônico. A partir dos movimentos pós-modernos, como se sabe, a memória insere-se como tema central nas reflexões da arquitetura, especialmente naquelas voltadas às intervenções no patrimônio histórico das cidades. Nessas reflexões, a noção de arquivo sofre uma forte influência do pensamento contemporâneo, a partir do qual o efeito de “arquivamento” é visto não enquanto conservação da memória, mas pelo contrário, enquanto substituição dela (da memória). Assim, a idéia de arquivo passa a ser vinculada a uma não-vontade de memória na sociedade. Em 1895, Sigmund Freud escreve um texto chamado Projeto de uma Psicologia Científica. Nesse texto, o psiquismo é tomado como “máquina de escritura” que dotaria a memória humana de uma extraordinária capacidade de “montar”, movida por mecanismos psicológicos extremamente complexos, “verdades” a partir das quais a vida adquire significado e realidade. Modelo “engenhosamente” interessante, segundo DERRIDA (2005), do ponto de vista de uma revolução no estatuto da memória e de uma provocação nos paradigmas filosóficos da verdade, do tempo e da história, que ele estaria colocando em cena. Se memória é (re)construção de arquivos, a arquitetura é (re)escritura de arquivos na/da cidade e o projetar em arquitetura é o exercício de ‘montagem” de histórias nesta/desta cidade. | pt_BR |