dc.description.abstract | Este trabalho pretende analisar um tipo de intervenção projetual que vem se tornando cada vez mais comum na arquitetura: a ampliação da área construída de um edifício de valor patrimonial. Não obstante a ocorrência cada vez mais freqüente de intervenções deste tipo e da importância e da atualidade da discussão de parâmetros para estas intervenções, a bibliografia voltada especificamente para este tema é extremamente escassa, no Brasil e no mundo. Através da análise de dezenas de exemplos brasileiros e internacionais, é possível identificar quatro tipos de ampliação: ampliação interna, ampliação subterrânea, ampliação externa e criação de novas edificações anexas. São os dois últimos tipos de ampliação que nos interessam analisar aqui, pois modificam a percepção visual externa do edifício preexistente. Se estas ampliações são fundamentais na medida em que garantem uma sobrevida aos edifícios preexistentes, por outro lado modificam – muitas vezes de maneira radical – a sua ambiência e até mesmo a sua percepção geral. É necessário lembrar a teoria brandiana segundo a qual as obras de arte - e aqui podemos incluir os objetos arquitetônicos de valor patrimonial – são definidas pela sua matéria ou consistência física e pela sua imagem, sendo esta última a responsável por caracterizá-las enquanto obras de arte. Logo, embora seja possível restaurar somente a matéria, esta só é restaurada por se constituir no “local da manifestação da imagem, [que] assegura a transmissão da imagem ao futuro e garante, pois, a recepção na consciência humana” (BRANDI, 2004: 30-31). Estaríamos de fato preservando estes edifícios de valor cultural ao ampliá-los ou construir anexos na sua vizinhança imediata com características absolutamente distintas ou mesmo de dimensões muitas vezes maior? É este questionamento que tentaremos problematizar, a partir da análise de alguns projetos de ampliação ou construção de anexos promovidos nas últimas décadas no Brasil e no exterior. | pt_BR |