dc.description.abstract | Pensar o espaço, em seu conceito lato, é tarefa sobre a qual se debruçam diversas ciências. A arquitetura, interpolando teoria e prática, assume variadas posturas que vêm desbravando soluções no ato de projetar este espaço – seu instrumento de comunicação. No âmbito acadêmico, outras questões têm adentrado este campo concernente à investigação da imagem da cidade/espaço atual. Algumas certezas têm nos rondado; a primeira delas, o reconhecimento de que as estruturas que nos permitiram definir cidade se inverteram quase totalmente em pouco mais de dez anos (ou, a partir do século XXI) e que a reflexão do que é cidade, e como projetá-la, tornou-se uma questão. A segunda certeza, de que os fragmentos de cidade (seus espaços de convívio públicos ou privados, seus edifícios e pontos notáveis) não são o bastante para caracterizar a complexidade dos grandes centros e que o corpo atuante sobre ela ocupa lugar de destaque - como pronunciam diversos novos instrumentos de análise espacial. Estas duas certezas nos levaram ao reconhecimento de que além da cidade fisicamente estabelecida e da cidade a ser edificada existe um ENTRE, que é vivido e é cidade, como Certeau (1994) comentou em suas ‘caminhadas pela cidade’. Esta cidade é conformada por um conceito que temos destrinchado em nossos estudos doutorais, o da ‘memória do futuro’. Proporemos neste artigo a discussão do conceito memória do futuro, sendo visto como o elo que associa o espaço da cidade em que se catalisam as lembranças e aquele produzido por um ideário individual e coletivo. Da mesma forma, tomaremos algumas teorias vigentes como base para nossas deliberações sobre o papel da memória e do corpo contemporâneo na fabricação de uma nova imagem de cidade. Objetivamos, com isso, dar matéria à investigação da arquitetura como prática, como sujeito e como ciência que abraça, hoje, a multiplicidade. | pt_BR |