dc.description.abstract | Como objeto de investigação, o projeto de arquitetura é um documento cujas informações podem ser analisadas sob múltiplas perspectivas. Nesse paper a tônica recai sobre a humanização da proposta, discutida com base em sua representação gráfica. Para tanto, a presença de layout (L), figura humana (FH) e vegetação (V) foram definidas como indicadores da preocupação do projetista com o uso real e os usuários. A pesquisa analisou o material gráfico de 135 Trabalhos Finais de Graduação (TFGs) brasileiros produzidos entre 2000 e 2006, disponíveis no banco de dados PROJEDATA. Verificou-se que L, FG e V estão presentes na maioria dos TFGs, mas sua representação é estereotipada, recorrendo a bibliotecas digitais de imagens e se restringindo a blocos comuns distribuídos aleatoriamente pelo desenho: (i) há layout (em geral mobiliário básico) em plantas baixas e cortes de 54% destes; (ii) a vegetação é tratada como elemento ornamental/compositivo e geralmente disposta na área externa dos edifícios (52%), sendo comum que esteja representada na projeção horizontal e seja omitida nas elevações; (iii) a figura humana se faz presente em 27% dos projetos, embora sua indicação traga consigo vários problemas contextuais. Segundo tais resultados, a inserção de elementos gráficos humanizantes nos TFGs parece atender alguma exigência específica (escolar, estética, escalar), não significando cuidados com a humanização projetual, o que é uma constatação preocupante frente à importância social da arquitetura e à potencialidade do projeto enquanto espaço edificável a ser oferecido à ação humana – consideração que justifica a inserção deste texto no eixo “situação” do Projetar 2009. Nesse sentido, torna-se essencial que os conceitos e ideais humanistas que alicerçaram a proposta projetual se reflitam em sua representação gráfica, uma prática que, para ter um adequado rebatimento na atuação profissional do arquiteto-urbanista precisa ser incentivada a partir dos cursos de graduação. | pt_BR |