dc.description.abstract | Este artigo apresenta duas unidades penais do Rio de Janeiro em uso – Bangu IV e Talavera Bruce –, analisa sua arquitetura, seu funcionamento, e apresenta relatos de profissionais da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), bem como profissionais que trabalharam na elaboração dos projetos e observações da pesquisadora em campo. A concepção dos espaços penais é tratada como um entrelaçamento de conhecimentos técnicos, acadêmicos e experienciais. Nas unidades penais, mais uma vez se constata o caráter transdisciplinar – que vem sendo requerido em diversas áreas do conhecimento – e o fato de que o bom desenvolvimento do espaço penal depende de uma série de conhecimentos que vão além do conhecimento disciplinar da arquitetura. Abrange não só outras disciplinas, como também o conhecimento prático da experiência de atuar no ambiente rotineiramente, mostrando que o aprendizado do arquiteto é contínuo. O trabalho é fundamentado na abordagem experiencial, utilizando a observação incorporada como uma atitude do pesquisador, entrevistas baseadas no conceito de empatia de Thompson (1999) e análises dos projetos em questão. A partir do relato de profissionais e presos e da aproximação com a realidade penal foi possível levantar alguns problemas e intervenções em projetos em relação à aplicação do sistema penal brasileiro atual. Desse modo, busca-se evidenciar a contribuição da arquitetura e da experiência e sua participação nos objetivos da gestão e na resolução de questões típicas do programa penal. Não é intenção deste trabalho fazer uma radiografia dos estabelecimentos penais fluminenses, porém, algumas unidades são aqui utilizadas como apoio para a análise de como arquitetura pode participar, positivamente ou não, de sua configuração e uso. | pt_BR |