O HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: (de)formação de um ícone do modernismo em Salvador
Abstract
RESUMO O Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (HC) nasce das reinvidicações de uma comunidade acadêmica que pleiteava novas instalações para o ensino prático da medicina – que, até então, era ministrado no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, de estrutura antiga e precária. Assim, em 1938, o então reitor, Prof. Edgard Santos, lançou a pedra fundamental do edifício, cuja construção se estendeu por dez anos, sendo inaugurado em 28 de novembro de 1948. De estilo Art Déco, com uma grande massa construída, o HC tem, na sua volumetria, uma composição simétrica, em forma de H, contemplando, no seu eixo central, o acesso principal, cuja imponência é garantida pelo ornamento estilizado em espirais acima da entrada. Projetado por Hipólito Pujol Júnior e Ernesto Souza Campos, essa edificação incorporou grandes avanços na arquitetura hospitalar de sua época, representando, nesse período, um marco no desenvolvimento da área de saúde da Bahia, tendo a primeira lavanderia e cozinha industrial do estado. Apesar de ser uma importante instituição na prestação de serviços de saúde à população, foi protagonista de várias crises da saúde pública, o que se refletiu na decadência da sua estrutura física e parque tecnológico, culminando com um fechamento temporário na década de 80. No início dos anos 90, foram realizados novos investimentos através de convênios com organizações públicas, o que possibilitou intervenções físicas para as adaptações necessárias que as novas demandas da contemporaneidade impunham. O presente trabalho busca fazer uma análise crítica da relação entre as intervenções mais significativas ocorridas no HC, admitida a real necessidade de adaptações para atender a novas demandas de serviços da instituição, e o espaço pré-existente, o qual expressa sua linguagem arquitetônica original, repleta de significados históricos que precisam ser resgatados. ABSTRACT The Clinics Hospital of Federal University of Bahia (HC) was created as a result of the academic community demand for a new building to practice medicine. This activity had been happening in the Charity Hospital until then, with an old and precarious structure. Thus in 1938 the rector, Professor Edgar Santos, began the construction of the building which lasted ten years. Its opening was on November 28, 1948. With Art Déco style and big built area, the HC has in its volume a symmetric composition in H shape. The main access is located in its central axis with majesty of a spiral ornament on the door. Designed by Hipólito Pujol and Ernesto Souza Campos, this building incorporates a great advance to the hospital architecture of the period, representing a development boundary for the health field in Bahia with the first industrial laundry and kitchen in the state. In spite of being a great health institution for the population, the HC underwent many crises in the local public health, reflecting the decay of its structure and technological park, ending up with a temporary closing in the 80’s. In the beginning of the 90’s, new investments were made through accords with public organizations for the necessary reforms. This paper presents a critical analysis about structural interventions occurred in the HC and the original plan language, full of meaning which needs to be rescued.