dc.description.abstract | Esse estudo propõe uma reflexão sobre o caráter dos espaços públicos presentes nas periferias cariocas e o significado que seu projeto. Na base desta reflexão está a leitura, compartilhada pelo senso comum, da periferia como antítese do centro da cidade, denotando a diferença de importância e qualidade entre ambos. No Brasil, os bairros de periferia recebem com freqüência a denominação de subúrbios. Este termo – “suburbe” – designa, em princípio, um espaço inferior, ao qual faltaria algo para ser completamente cidade. O caráter de “subúrbio” tem conseqüências diretas para a identidade da periferia, que se desenvolve quase às margens do “sistema oficial”. Não por consistir em ocupações irregulares (apesar de muitas vezes isto ocorrer) mas porque, ao não ser pensada como espaço representativo da cidade, ela transforma-se numa área negligenciável da qual o poder público freqüentemente se ausenta, concentrando seus esforços de “urbanização” no centro, depositário dos valores da identidade. A fraca presença do poder público na periferia se reflete na carência de serviços básicos, mas também numa urbanização precária, onde as figuras urbanas tradicionais como ruas, praças e calçadas encontram-se pouco definidas, e como tal, tendem a desaparecer. A esse baixo grau de configuração dos espaços públicos deverá responder o projeto. | pt_BR |