Práticas sócio-ambientais no espaço escolar: uma reflexão sobre a percepção dos usuários de duas escolas do ensino fundamental em João Pessoa, Paraíba.
Abstract
No momento sócio-histórico que vivemos é cada vez mais evidente a necessidade das pessoas aprenderem a lidar com o meio ambiente de modo consciente, cuidando de si próprias através dele. Nesse sentido, considerando a escola como um local onde crianças, jovens e adolescentes passam grande parte do seu tempo, esta dissertação objetivou discutir a percepção de estudantes, professores e funcionários de duas escolas de João Pessoa - o Centro Estadual Experimental de Ensino-Aprendizagem Sesquicentenário e a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Presidente Emílio Garrastazu Médici. Pressupondo-se que os ambientes nos quais e com os quais as pessoas convivem refletem suas práticas cotidianas, o trabalho de campo buscou identificar as práticas sócio-ambientais que caracterizam a relação desses usuários com a escola e, a partir dessa compreensão, inferir algumas de suas preocupações com relação ao meio ambiente como um todo. Para analisar a utilização do espaço físico disponível nas instituições optou-se pela Avaliação Pós-Ocupação, uma abordagem que retro-alimenta o processo de produção de edifícios ou conjunto edificado, resgatando aspectos ligados ao seu uso, operação e manutenção. Além de se analisar diversos ambientes (sala de aula, circulações/acessos, biblioteca, espaços pedagógicos e esportivos) quanto ao conforto ambiental e as percepções dos seus principais usuários, averiguou-se o cuidado desses usuários com o espaço, verificando-se que quatro motivos explicam o fato das duas escolas serem avaliadas de modos diferentes: (i) gestão; (ii) percepção dos usuários; (iii) localização e (iv) sentimento de lugar, territorialidade e apropriação.