dc.description | Necessidades projetuais não contempladas podem levar a insatisfações e/ou ao uso precário dos ambientes construídos pelas pessoas, notadamente por aquelas com deficiência (quaisquer que sejam), gerando situações de inacessibilidade. Como recurso humano voltado para a elaboração de uma programação arquitetônica (mais) acessível, a participação dos usuários tem se mostrado importante, embora ainda existam dificuldades tanto para focar a coleta de dados em aspectos ligados à atividade projetual quanto para a transformação das informações adquiridas em elementos úteis à projetação. Esse artigo apresenta uma experiência prática de participação de pessoas com dificuldade de mobilidade em etapas iniciais do processo de projeto. Empiricamente a investigação se voltou para a compreensão das condições de navegabilidade (wayfinding) do edifício da reitoria da UFPB que, devido à sua função institucional, deveria ser acessível a todos. A pesquisa, de cunho qualitativo e realizada em âmbito acadêmico, foi centrada nos usuários com restrições físico-espaciais, metodologicamente conjugando entrevista, passeio acompanhado e medições técnicas atendendo ao GODP (MERINO, 2016). Participaram da coleta de dados 04 voluntários: pessoa em cadeira de rodas, pessoa com prótese de membro inferior, pessoa com baixa visão e idosa. Os resultados foram agrupados em uma Matriz de Descobertas que, somada à apreciação técnica, apontou a precariedade da edificação em termos de acessibilidade. Além disso, ficou evidente que os envolvidos se orientavam espacialmente de modos distintos, fazendo uso de sentidos residuais e buscando informações no ambiente. A participação dos usuários foi essencial e complementar à dos técnicos, indicando aspectos anteriormente não considerados por estes últimos, o que reforça a importância de valorizá-la enquanto subsídio à prática projetual. | pt_BR |