O Acesso ao Ambiente Escolar
Abstract
A análise do atendimento às necessidades das Pessoas com Deficiência possibilitada pelo espaço físico de duas escolas da rede municipal de Natal / RN, originou este trabalho, cujo objetivo geral foi subsidiar a elaboração de alternativas para o planejamento de ambientes destinados à utilização universal. O estudo recorreu à pesquisa empírica, através da adoção de uma abordagem multimétodo, envolvendo: (i) vistoria técnica orientada pela NBR 9050, (ii) contacto com usuários que possuem mobilidade reduzida (deficientes visuais e usuários de cadeira de rodas e muletas) com a realização de passeio acompanhado e entrevista, e (iii) entrevista com os gestores escolares. A pesquisa evidenciou que, apesar dos significativos avanços garantidos pelas leis específicas que garantam aos PDs o direito à cidadania, o ambiente físico de nossas escolas ainda contém muitos obstáculos que impedem a mobilidade das pessoas com deficiência, evidenciando seu despreparo para recebê-las. Nesse sentido, as ações relacionadas à acessibilidade física têm sido marcadas pela adoção de soluções paliativas que dificultam a melhor adequação do espaço, acumulam barreiras e reforçam uma segregação não desejada, porém, ainda, muito presente em nossa sociedade. Finalmente, indica-se que, para alcançar uma configuração espacial que favoreça a sociabilidade e a interação entre indivíduos com diferentes condições físicas, é necessária a compreensão plena das atividades desenvolvidas em cada espaço, desde a concepção dos equipamentos até as necessidades pedagógicas individuais. ABSTRACT: This paper was originated from the results of the analysis of the fulfillment of the needs of disabled persons, allowed by the physical space of two schools of the municipality of Natal/RN. The general objective/goal was to subsidize the elaboration of alternatives for the planning of environments that could be used by any person. The study used the empirical research through the adoption of a multi-method approach including: (i) technical visits oriented by the norm NBR 9050, (ii) contact with users that have reduced mobility (visually impaired and wheelchair or crutch users) through escorted travels and interviews, and (iii) interview with school managers. The evidence from the research shows that, although there has been significant development of laws that guarantee disabled persons their right to citizenship, the physical environment of our schools still presents many obstacles that prevent the mobility of such persons, which proves their inadequacy to accommodate them. Consequently, the actions taken to address accessibility have been the adoption of palliative solutions that hinder adaptation, adding obstacles and reinforcing undesirable segregation, still present in our society. Finally, we indicate that, in order to achieve the spatial configuration that promotes social contact and integration among persons with different physical status, it is necessary to fully understand the activities to be developed in each space, from the conception of the equipment to the individual learning needs.