dc.description.abstract | O artigo apresenta a investigação de uma das maneiras de propiciar a espaciosidade, a sensação do espaço, na arquitetura e suas representações, como táticas projetuais de explorações por vezes altamente idiossincráticas. Reconhecemos tais procedimentos a partir da teoria do terreno da percepção espacial, de James J. Gibson. Como o espaço como tal nunca é visto, e sim superfícies, contínuas ou interrompidas, temos que a sensação da fluidez espacial, entre cômodos ou do interior de um edifício com seu exterior, é dada também pela continuidade de superfícies como os pisos e seus pavimentos e elementos análogos (espelhos d´água, jardins, etc.), paredes e tetos, e de outros objetos. Identifica-se, assim, um recurso usual, distinto daqueles que exploram o movimento do observador ou sua aparente imersão, estático, em um ambiente exterior. Não se trata, portanto, apenas de eliminar obstáculos à visão, em uma continuidade do espaço – que se basearia em uma infundada, ainda que antiga e persistente, teoria aérea da percepção –, e sim garantir a continuidade da matéria, por meio da diluição do caráter liminar do limite, com a transparência e a não coincidência daqueles elementos que encerram o espaço. | pt_BR |