PATRIMÔNIO AO LÉU. Destruição oficial nos centros de LAranjeiras(SE) e São José do Mipibú (RN)

Abstract

Disfarçadas em ações de salvaguarda e desenvolvimento urbano, intervenções urbanas e arquitetônicas perpetradas por instituições oficiais de planejamento e preservação cultural no Brasil têm sido responsáveis por ações depredadoras do patrimônio coletivo, bem como da cultura imaterial a eles associadas. Este artigo objetiva contribuir para o entendimento da prática projetual aleatória e empírica da ação pública oficial como propagadora da destruição cultural entendida aqui como esfacelamento da identidade cultural, urbana e arquitetônica dos centros urbanos de Laranjeiras (SE) e São José do Mipibu (RN). O ponto focal da discussão é a demonstração da falta de conhecimento por parte da comunidade técnica de órgãos de planejamento urbano e de preservação patrimonial sobre as principais teorias da conservação e do restauro que fundamentam a intervenção no bem cultural, e da importância da sua integração com ações de desenvolvimento urbano. São demonstrados os impactos do: (1) Programa Monumenta em Laranjeiras, agente transformador do centro da cidade em cenários teatralizados que desfiguram vestígios de sua memória, história e cultura; (2) e da ocupação irregular da praça central de São José do Mipibu, que compromete a legibilidade do espaço urbano e arquitetônico desta área de uso coletivo da cidade e confronta as determinações da legislação urbana existente.