dc.description.abstract | Este artigo apresenta algumas reflexões acerca do tema do projeto sobre o patrimônio edificado. O artigo se estrutura em duas partes. Na primeira parte, defendemos que, sendo o uso uma das dimensões essenciais da arquitetura, a atribuição de uma função ao patrimônio edificado não pode ser considerada uma questão secundária, como sugere Cesare Brandi. Ao contrário, a questão do uso adequado do patrimônio edificado é recorrente entre muitos dos teóricos da conservação e da restauração, como Viollet-le-Duc, Alois Riegl, Gustavo Giovannoni, Giovanni Carbonara e Marco Dezzi Bardeschi. Este último chega mesmo a colocar a adequação do monumento às demandas funcionais contemporâneas – que ele chama de projeto do novo – como o problema principal e mais urgente da restauração, mais do que a simples conservação física dos monumentos. Na segunda parte do artigo, defendemos a espacialidade arquitetônica enquanto valor a ser preservado nas intervenções sobre o patrimônio, tendo em vista que o espaço é, para alguns teóricos modernos da arquitetura como Bruno Zevi, “a essência da arquitetura”. As reflexões apresentadas neste artigo estão amparadas em exemplos de projetos de intervenção arquitetônica sobre o patrimônio edificado desenvolvidos recentemente em diversos países latino-americanos, como Argentina, Bolívia, Brasil, Costa Rica e Equador, além de projetos desenvolvidos nos últimos anos pelo autor, em coautoria com o arquiteto Alexandre Prisco, no escritório A&P Arquitetura e Urbanismo, para edifícios localizados no Centro Histórico de Salvador e em outros sítios tombados pelo IPHAN. | pt_BR |