dc.description.abstract | Presenciamos, nos últimos anos, uma inflexão nos discursos produzidos no campo da arquitetura em direção a um engajamento político, no abarcamento de problemas relativos a desigualdades sociais, segregação e deterioração ambiental, refletidos e engendrados pelos processos de produção de espaço. Uma crescente crítica à vinculação da arquitetura notável aos modos de privatização e segregação do espaço, aos meios de dominação do capital, é contraposta a um crescente interesse e debruçamento sobre o problema da habitação social, das ocupações urbanas, das apropriações democráticas do espaço público, do direito à cidade. Nesse engajamento, que é profissional, político e ideológico, os limites da atuação do arquiteto se dissolvem perante campos da arte, da economia solidária, do design, do ativismo. A atividade de projetar, tal qual a concebemos tradicionalmente na disciplina, é profundamente afetada nesta busca por táticas e estratégias de enfrentamento desses desafios. Muito do quem tem sido produzido, defendido e publicado pelas novas gerações de arquitetos agrupados em coletivos, junto com artistas e outros atores, é dificilmente aceito como projeto. Neste texto, discuto alguns contornos desta tendência ao qual chamo de arquitetura social e suas repercussões na maneira como pensamos o projetar. Em seguida, debruço-me na questão a partir da apresentação e reflexão sobre minha experiência em programa de extensão de natureza socioambiental, em que arquitetura e urbanismo se dissolvem junto aos universos da arte, artesanato e ativismo social: o Programa DESEJA.CA_Desenvolvimento Sustentável e Empreendedorismo Social no Jardim Canadá. | pt_BR |