dc.description.abstract | O artigo apresenta reflexões sobre o fazer arquitetônico destacando alguns elementos inerentes à materialidade específica deste fazer e que se revelam, nos processos de projeto pela presença simultânea e indissociável de saberes técnicos e artísticos; por uma articulação de relações sociais envolvendo agentes diversos e pela separação entre produção coletiva e autoria individual ou em parcerias. Estes traços característicos dos processos de trabalho de produção do projeto arquitetônico apelam pela presença de práticas colaborativas entre os indivíduos ao mesmo tempo em que é fonte de conflitos, dependendo da forma como a organização deste processo de desenvolve. Cabe salientar que a compreensão dessas singularidades pressupõe entender o caráter artesanal do fazer arquitetônico, como tantos outros saberes criativos que se inseriram e coexistem na sociedade moderna e não se enquadram na noção de trabalho vigente no imaginário social. Nessa imagem social baseada no modelo fabril, o fazer se coloca à parte da vida, das subjetividades e da criação e se confunde com emprego. Como se pretende mostrar, através de alguns exemplos de práticas de trabalho vivenciadas pelo arquiteto Luciano Margotto Soares, os atos criativos de arquitetura representam uma busca intencional que surgem no contexto de disciplina, esforço repetitivo, horas de dedicação e de engajamento. Além destes aspectos, a criação arquitetônica se articula a práticas de trabalho colaborativas elevando o patamar do envolvimento dos indivíduos nos arranjos de trabalho e o seu significado subjetivo, ainda que o controle da criação se mantenha centralizado. | pt_BR |