dc.description.abstract | RESUMO O presente trabalho é parte integrante do “Plano de Reabilitação do Centro Histórico de Amparo”, um conjunto de ações e propostas para a preservação das qualidades ambientais urbanas e dos bens patrimoniais arquitetônicos da cidade, assim como, para a adequação às novas demandas sociais e urbanas. A cidade de Amparo é um precioso exemplo do desenvolvimento urbano do interior do Estado de São Paulo, no século XIX, impulsionado, principalmente, pelo ciclo cafeeiro e por um rico período de acontecimentos históricos que marcaram a nova face da cultura e da sociedade brasileira, na transição para o século XX. Tais acontecimentos puderam ser formalizados por meio de sucessivas ações modernizadoras sobre a cidade e que constituem, hoje, o patrimônio histórico e cultural de Amparo. No Plano citado, buscou-se integrar os valores urbanísticos, arquitetônicos e paisagísticos como forma de reconhecimento deste patrimônio e do seu singular processo de desenvolvimento, para então, valorizá-lo, numa conciliação com as demandas sociais e às necessidades da dinâmica de crescimento urbano. Estabeleceu-se um processo de participação democrática com a população e com o poder público, propiciando um plano de gestão democrática para a recuperação das qualidades desejáveis de vida urbana, atento à cultura imaterial que dá densidade significativa e simbólica a alguns lugares da cidade. Um destes lugares é a Praça Pádua Salles, local central e definido pelos espaços da antiga estação ferroviária de Amparo, inaugurada em 1875, servindo a um ramal da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que partia de Campinas em direção ao norte do Estado, ao sul de Minas e ao Triângulo Mineiro – expressão histórica do binômio produção cafeeira - ferrovia. Do ponto de vista urbano, a estação foi implantada numa área periférica da cidade, mas a movimentação crescente gerada pelo incremento da produção cafeeira e dos próprios ramais da Mogiana, levou à realização de ampliações e melhorias no edifício da estação, promovendo, sobretudo, uma nova centralidade, em direção oeste, ao longo de um dos eixos formadores da cidade. A Praça Pádua Salles hoje é o resultado da união do Antigo Largo da Estação, isto é, a área frontal ao Edifício da Estação, com a área posterior ocupada pelos trilhos ferroviários e oficinas. Entre ambas as áreas e ao lado do prédio da estação havia também galpões que foram demolidos após a desativação da ferrovia de modo a integrar os dois espaços. A Praça hoje é um lugar de intensa atividade de lazer, de encontros e de intensos fluxos de pedestres, palco dos principais eventos cívicos, sociais e culturais da cidade. Este trabalho pretende apresentar os procedimentos que nortearam a leitura, no tempo e no espaço, da praça e, como resultado, o projeto de intervenção proposto. | pt_BR |