dc.description.abstract | RESUMO As intervenções em imóveis tombados ou em áreas de interesse histórico aumentaram consideravelmente nas últimas décadas, como atestam as revistas especializadas, deixando de ser um trabalho de exceção, fazendo hoje parte da rotina de muitos escritórios. O campo da preservação e do restauro requer um saber específico que envolve princípios e métodos, que deveriam ter a mesma aplicabilidade em obras de distintos períodos sejam elas da antiguidade, gregas, góticas, ecléticas ou modernas, e de diferentes tipologias: hospitais, teatros, residências ou indústrias. Princípios, tais como: da mínima intervenção, da distingüibilidade e da reversibilidade, devem ser adequados caso a caso, não podendo constituir um postulado rígido para não congelar a dinâmica de um bem cultural, que precisa necessariamente estar adequado ao seu tempo, sob o risco de se deteriorar. A preservação, portanto, demanda mudanças, o que não significa qualquer mudança. A partir do momento que uma determinada sociedade, num determinado momento elege alguns edifícios como bens de interesse daquela mesma sociedade, essas obras passam a ser regidas também por uma legislação própria e devem ser cuidadas como obras históricas, pois de alguma forma são elementos constitutivos daquela cultura. Intervenção em obras tombadas é, antes de tudo, um problema de arquitetura, que exige bom senso e formação básica para se atingir um resultado adequado. Projetos de restauro ruins são projetos de arquitetura ruins. A análise do projeto para o novo Tribunal de Justiça de São Paulo, situado no centro histórico de São Paulo ao lado de uma igreja tombada, permite a reflexão sobre vários aspectos do projeto e da cultura arquitetônica contemporânea, como programa, estética, simbologia, e preservação. ABSTRACT Interventions of historical buildings and sites have multiplied in the last two decades, as we might observe at specialized magazines. It does not constitute an exception anymore, being a customary course for many architectural offices. Preservation and restoration belong to an area of knowledge with principles and methods which concern any monument, independent of its age: ancient, greek, gothic, eclectic or modern; or typology: hospital, house or industry. Principles, such as: minimum intervention; distinguish ness and reversibility, should be adopted for each case, and cannot constitute a strong and simple rule in order not to stagnate the monument’s dynamics, which needs to be appropriate to its time, otherwise it will deteriorate. Hence, preservation demands change, but this does not mean any change. Considering that society, at a certain moment, select buildings as historical heritage, they also become submitted to proper law control and should be preserved as such, because they are constitutive of that culture. Intervention at historical buildings and sites is, first of all, an architectural issue, which requires common sense and demands, at least, a basic instruction. A bad conservation project is a bad architectural project. The critical analysis of the new São Paulo city’s Justice Palace, which will be build in its historical center next to a listed church, permits to ponder over many aspects of the contemporary design and architectural culture such as function, aesthetic, symbolic and conservative. | pt_BR |