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dc.contributor.authorCardoso, Ceila
dc.date.accessioned2021-08-03T00:56:09Z
dc.date.available2021-08-03T00:56:09Z
dc.date.issued2007-10-01
dc.identifier.isbn978-85-60188-07-9
dc.identifier.urihttp://projedata.grupoprojetar.ct.ufrn.br/dspace/handle/123456789/370
dc.description.abstractRESUMO século XX, em decorrência da crise do açúcar e da convergência de investimentos e interesses para a capital. O Museu Arqueológico Industrial nasce como proposta de intervenção na Península de Itapagipe, arrabalde sede das principais indústrias baianas do período. Estaleiro e balneário repleto de igrejas e residências de verão, no mencionado recorte temporal a área acumulou, principalmente às margens da via férrea e à beira mar, grande número de fábricas, dentre outras razões, pelas linhas de bonde que facilitavam as ligações e a integração da Península com a cidade alta, por ser uma área plana e litorânea, facilmente acessível por terra ou mar, além dos seus terrenos serem de mais baixo custo. Com a descoberta do petróleo e a implantação da Refinaria Landulfo Alves, em 1950, a economia baiana ganhou novo impulso ao tornar-se o estado o principal produtor de petróleo do País. Com os interesses econômicos voltados para a região metropolitana de Salvador – o Centro Industrial de Aratú – o antigo centro industrial de Itapagipe se arrefeceu dando lugar a um bairro predominantemente residencial, com um considerável número de escolas secundárias e hospitais. Configurando-se como área residual, o antigo estaleiro/balneário/industrial da península tornou-se um palimpsesto, um território rico em camadas de tempo que emergem misturando torres eclesiásticas, residências, mastros de embarcações, farol, vilas operárias e edifícios fabris. À antiga contraposição antigo-novo oferecida pelo surgimento das fábricas, se contrapôs um terceiro momento – a obsolescência. Estas contraposições tornam-se composição: o antigo, o novo-que se tornou antigo e o novo-novo. Nesta nova configuração o efeito remissivo advém tanto das torres das igrejas e dos baluartes do forte quanto das chaminés das fábricas que, juntos, oferecem mais do que uma imagem da modernidade que chegou ao arrabalde, a imagem de uma modernidade envelhecida. O Museu Arqueológico Industrial tem como base as ruínas da Usina de Beneficiamento de Cacau Bhering, posteriormente Barreto de Araujo, localizada ao lado norte da península, na embocadura da Enseada dos Tainheiros, entre os bairros do Bomfim, Ribeira e Mont Serrat. O avançado estado de comprometimento estrutural do edifício não deixa alternativa de reciclagem se não o uso de suas referências formais, do maquinário como objeto de exposição e da sua sugestiva implantação: o edifício avança sobre as águas da enseada. Esta localização geográfica possibilita a apropriação de tais elementos no projeto: chaminés, torres, embarcações, navios, piers, ruínas, trilhos, farol. Incorporados na arquitetura a presença do mar e o modus vivendis ribeirinho, o museu faz contínuas referências ao ideário maquínico moderno usando linha reta, iluminação zenital no ambiente interno único e com grandes dimensões, transparência, proximidade com o entorno, passarelas com engrenagens acionadas mecanicamente, marquise, estrutura metálica em seqüentes arcos treliçados. A torre-farol-chaminé transpõe a barreira visual da enseada para a baía de Todos os Santos e a cidade alta avistando os navios, contínuos na memória dos itapagipanos. Emite luz tornando-se marco limítrofe que diferencia arrabalde-cidade, e assim os une. De corpo assimétrico e com desalinhos, o museu rearquiteta a usina usando a linguagem das suas ruínas. Esta intervenção na Península pretende re-significar a indústria neste espaço e na cidade de Salvador; e o seu projeto, reprojetar o lugar usando elementos e formas presentes em seu passado material; elementos marcantes, esparsos ou encobertos por usos contemporâneos diferenciados. Tais elementos, postos em uso e evidência, serão capazes de reificar a sua historia, de reconduzir os itapagipanos e/ou soteropolitanos a um lugar mais próximo do seu passado e da sua contemporaneidade. ABSTRACT Bahia’s first industrialization boom elapsed from late nineteenth to mid-twentieth century following the sugar cane crisis in the croplands and the increasing interest towards Salvador. The Museum of Industrial Archaeology – MIA is proposed in the study as an intervention to the Peninsula of Itapagipe, which was the first site for the main bahian industries in that period. Having the shipyard and a bathing area, churches and summer residences, the area hosted several factories along the railroad and the sea shore because the tram lines made connections with uptown easier, as much as it was a plain coastal area, accessible either by land and sea, and the land’s lower price. Petroleum drilling greatly boosted Bahia’s economy as its Landulfo Alves refinery started to operate in 1950, rendering the state the condition of the main Brazilian oil producer. As the metropolitan area of Salvador would attract all economic relevance (to Aratú’s Industrial Complex), 3 Itapagipe lacked its previous importance as industrial site, markedly turning into a residential neighborhood. Formerly a shipyard/bathing area/industrial site, the peninsula then became a palimpsest whose different layers can be noticed by the emerging church towers, houses, boat masts, the lighthouse, the workers’ villages and several industrial plants. A third element would confront with the former antagonism old-new that came along with the industrial plants: obsolescence. This opposition would just become composition: the old, the new-that-became-old, and the new-new. In such a conformation, the recalling effect would make itself present by the view of the churches towers, the fort fronts and the plants chimneys that, altogether, portrayed a context whose significance went beyond the modernity once arrived in the neighborhood: an image of modernity, but itself passed in time. The MIA has its basis on the ruins of the Bhering Cocoa Processing Mill, renamed as Barreto de Araújo, located in the north face of the peninsula at the gates of Enseada dos Tainheiros, near Bomfim, Ribeira and Mont Serrat neighborhoods. The poor structural condition of the building does not allow for other utilization than that of using its formal references (the remaining machinery as exposition objects) and its appealing situation: the building actually projects itself onto the bay waters. Such favorable location makes the chimneys, towers, boats, ruins, ships, piers, railroad and lighthouse the basic features to be incorporated into the project. In its architecture the constant presence of the sea and the riverine modus vivendis are deeply rooted, as the Museum makes reference to the modern machinery ideal characterized by the use of straight design, natural lighting in a sole internal environment with larger dimensions, transparency, proximity to the surrounding areas, bridges commanded by mechanical engines, marquise and arch-like metallic trellis structures. The tower-lighthouse-chimney is seen uptown over the Todos os Santos bay’s natural barriers as a greeting to the approaching ships, which have been so dear and present to the memory of the people of Itapagipe. Therefore, the Museum sets the neighborhoods and the city apart, and at the same time brings them back together. It is asymmetrically shaped, albeit the re-architecture of the plant uses the language of its own ruins. The proposed intervention is aimed at re-signifying the industry in that particular context in Salvador; as its project intends to redesign the scenery using elements and forms that were present in its material past, remarkably emerging elements, which are scattered or covered by contemporary and differentiated uses. The emphasis on these elements is meant to dignify the peninsula’s history as to see the people back to a place that brings both their past and contemporaneity together.pt_BR
dc.description.sponsorship-pt_BR
dc.language.isootherpt_BR
dc.publisherPROPAR/UFRGSpt_BR
dc.subjectIndústriapt_BR
dc.subjectArqueologiapt_BR
dc.subjectCidadept_BR
dc.titleMuseu Arqueológico Industrial – Peninsula de Itapagipe, Salvadorpt_BR
dc.typeArticlept_BR


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