dc.description.abstract | RESUMO No estabelecimento de regimes urbanísticos próprios em áreas especiais existe imerso um projeto de desenho urbano que orienta a busca de soluções tridimensionais com o objetivo de conservar ou melhorar a qualidade ambiental dessas áreas. Como estratégia de valorização e preservação de ambiências urbanas, essa modalidade de planos especiais permite a renovação do ambiente sem sua descaracterização. Objetivando despertar no aluno recém ingresso no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da UFRGS a consciência da importância da preservação de áreas na cidade onde existe concentração de bens culturais, tendo em vista não só o fortalecimento das identidades locais, mas, também, a qualidade de vida nelas percebida, as disciplinas de Introdução ao Projeto Arquitetônico I e II (IPA I e IPA II), oferecidas no primeiro e segundo semestre do curso, construíram uma proposta de ensino integrada. Nela os alunos intervêm, em níveis diferentes de complexidade da síntese projetual, em uma mesma área da cidade, uma das Áreas Especiais de Interesse Cultural determinadas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. O presente trabalho apresenta as estratégias didático-pedagógicas utilizadas para o desenvolvimento dessa proposta e construção de um repertório para projeto, sensibilizando os estudantes para a observação de diversos aspectos definidores da forma arquitetônica e do tecido urbano, e para a percepção de que a atuação no contexto histórico só terá significado se responder à contemporaneidade de toda intervenção arquitetônica. O Alto da Bronze, no Centro Histórico da cidade, apresentou-se como um laboratório urbano de grande potencial para a investigação e análise na disciplina de IPAI devido à existência de uma diversidade urbana, com edificações de diferentes usos e idades, quadras curtas e apropriação do espaço público. Também, a complexidade social e urbana desta área central estimulou o exercício de intervenção espacial de caráter social no espaço público aberto (a Praça General Osório), conscientizando o aluno do caráter social da profissão do arquiteto. No caso da intervenção elaborada pelos alunos de IPA II, como síntese dos conceitos abordados pela disciplina, percebeu-se o potencial da área em adequar-se a exercícios de projeto de edificações de uso residencial, unifamiliar ou coletivo de pequeno porte e adaptadas a sistemas construtivos de baixa complexidade. Ao aluno foi dada a oportunidade de projetar um fragmento de qualidade em meio ao conjunto de edificações em torno da Praça General Osório, e de perceber que na dialética das relações entre a cidade construída e as novas intervenções edilícias, contextualizadas, é possível construir, também, uma cidade de qualidade. | pt_BR |