dc.description.abstract | Nos últimos cinquenta anos, a população urbana do terceiro mundo cresceu dramaticamente e continuará a crescer em ritmo semelhante nas próximas décadas. Com o aumento da população, o problema de abrigo para as populações pobres do meio urbano cresceu tanto em escala quanto em intensidade, e cerca da metade e, em alguns casos, percentuais ainda mais expressivos da população urbana vivem agora nos chamados assentamentos precários ou clandestinos e favelas. Os esforços das autoridades formais têm fracassado em resolver este problema. O ensino, a pesquisa e a prática da atuação profissional no campo da concepção projetual poderia desempenhar um papel vital no trato desta necessidade que é mundial, mas ela não tem correspondido a este desafio. A primeira geração de tentativas formais, posta em prática nos anos de 1950 e 1960 para lidar com as carências urbanas e de habitação no terceiro mundo, coincidiu com a difusão do Modernismo. No plano intelectual, havia a convergência de ideais socialistas, que representavam o pensamento arquitetônico predominante à época, e as concepções que guiavam os programas formais, tanto dos governos nacionais quanto das agências de fomento internacionais. Grandes criações de caráter modernista tais como Brasília no Brasil, Chandigarh na Índia, Ciudad Guayana na Venezuela e importantes projetos de habitação pública que eles inspiravam em todo o mundo em desenvolvimento exemplificam isso. Infelizmente, o projeto modernista fracassou de várias maneiras: sua visão urbana, seus pressupostos culturais, suas expressões tecnológicas, materiais e estilísticas estavam equivocadas. Nos anos 1970, quando o projeto modernista foi deixado de lado, com ele se foi igualmente o envolvimento ativo de uma atuação projetual de caráter profissional voltada para as grandes questões habitacionais no mundo. Houve razões estratégicas e lógicas para o declínio do ensino, da pesquisa e da atuação profissional do projeto arquitetônico em melhorar as condições materiais das comunidades carentes. Muitos destes obstáculos, discutidos neste paper, permanecem conosco. Contudo, o autor argumenta que os estabelecimentos educacionais e de pesquisa não somente são capazes de superar estas dificuldades, mas eles estão melhor situados para enfrentar o desafio sem precedentes do problema habitacional no mundo de hoje. | pt_BR |