dc.description.abstract | A crise energética vivenciada no Brasil durante 2001, mesmo tendo sido ultrapassada naquele momento, ocasionou o aumento da discussão das questões relacionadas ao consumo energético de edificações. Impulsionada pelas exigências e recomendações governamentais, a população brasileira alterou seu modo de vida em alguns aspectos, o que aparentemente refletiu-se no menor uso de energia elétrica no âmbito residencial. Os demais setores da economia também foram chamados a contribuir, o que representou a adoção de medidas diferenciadas no sentido de reduzir tal consumo. Buscando discutir as relações entre conforto ambiental e consumo energético das edificações, a APO veio inserirse nesse contexto, acrescentando à análise técnica, o estudo do comportamento e da percepção dos usuários, os quais configuram-se como fundamentais à real ocupação dos edifícios em estudo. Nesse sentido, as pesquisas pesquisa conduzidas pelas autoras em cursos de graduação e pós-graduação indicam íntima relação entre o consumo energético e as decisões projetuais, sobretudo no que se refere ao partido adotado e às especificações de materiais. Exemplificando essa situação, esse trabalho apresenta estudos de edificações hoteleiras em Natal-RN, nas quais a economia energética é dificultada pelo uso intenso e pela adoção de soluções arquitetônicas pouco apropriadas, que não levam em consideração as condições contextuais e climáticas e, principalmente o perfil e os hábitos dos usuários (hóspedes), notadamente o uso abusivo do ar-condicionado. Nesses empreendimentos, a redução do consumo durante a "crise energética" teve como base ações pontuais, pois a maior parte dos hotéis reduziu o consumo de eletricidade com utilização de medidas paliativas como mudanças de fontes energéticas ou cortes radicais no uso de alguns itens (muitas vezes com perda de conforto para os usuários), enquanto medidas estruturais, como reformas arquitetônicas e/ou construtivas, não foram adotadas. Este trabalho apóia-se em uma pesquisa sobre a arquitetura hoteleira em Natal realizada em 2000 (Veloso, 2001), acrescentando a ela dados sobre a influência da séria crise energética ocorrida no Brasil entre maio e dezembro de 2001, com redução obrigatória de consumo imposta pelo governo federal a todas as categorias de consumidores (residenciais, industriais, comerciais e prestadores de serviços). Os impactos desta crise foram significativos nos hábitos de consumo da população em geral e nas formas de gestão dos empreendimentos, implicando a necessidade de reavaliar a situação dos hotéis através de uma pesquisa específica (Veloso e Elali, 2002). | pt_BR |