dc.description.abstract | Este texto apresenta algumas reflexões sobre a questão da avaliação de projetos em contexto profissional, a partir da análise de concursos de arquitetura realizados no Brasil entre os anos de 2003 e 2008, e que tivessem material gráfico, documentos-base e textos justificativos das propostas disponibilizados para consulta pública em meios digitais na internet. Insere-se em uma pesquisa maior conduzida conjuntamente pelos professores do Grupo Projetar da UFRN. Neste trabalho, apresentamos o nosso enfoque particular relativo aos modos de análise e de avaliação de projetos, com ênfase na questão do julgamento dos júris. As idéias aqui discutidas são exemplificadas com quatro estudos de caso: os concursos para as sedes da CAPES e do IPHAN em Brasília, para o Centro Judiciário de Curitiba e para o Teatro de Natal. Neles foi aplicado um instrumental analítico, construído a partir da revisão crítica da literatura inerente às temáticas da avaliação e dos concursos em Arquitetura e da adequação de um modelo de análise de projetos aplicado anteriormente a trabalhos desenvolvidos em contexto acadêmico (Trabalhos Finais de Graduação em escolas brasileiras). Além de informações relativas aos documentos-bases dos concursos, foram analisados as atas de julgamento, o perfil dos júris, os projetos classificados nos primeiros lugares, o perfil de seus autores, tendo sido feita, no final, uma avaliação comparada entre concursos. As análises por nós empreendidas foram essencialmente qualitativas e desenvolvidas à luz de alguns marcos teóricos principais: sobre os projetos classificados, lançamos alguns elementos da abordagem arquiteturológica de Philippe Boudon - notadamente sobre as lógicas de concepção dos projetos -, e da teoria de projeto de Hélio Piñon. Além disso, tomamos como referência algumas das poucas publicações existentes sobre a questão do julgamento em Arquitetura. Os resultados até aqui obtidos na pesquisa parecem indicar a atualidade de algumas das idéias defendidas por Peter Collins em uma publicação clássica - Architectural Judgement -, que remonta ao início da década 70 do século passado, revelando que talvez, em essência, tenha-se evoluído muito pouco em relação às maneiras pelas quais se julgam projetos. Estas podem ser inseridas em duas abordagens ou visões globais sobre a Arquitetura: aquelas que priorizam seu valor artístico e aquelas que enfatizam seu valor racional/científico. | pt_BR |