dc.description.abstract | Este artigo tem por objetivo registrar, como forma de preservar, o projeto do Clube Líbano Brasileiro em Recife, de autoria do arquiteto Dilson Mota Neves, integrante de uma geração atuante em Pernambuco nas décadas de 50/60. Construído em um momento onde o programa de clube social representava os anseios de uma elite econômica, o clube hoje, após reiteradas e agressivas intervenções, encontra-se com sua demolição anunciada para a substituição por um “moderno” edifício empresarial ao gosto das elites atuais. O projeto do Clube Líbano Brasileiro apresenta uma composição do primeiro modernismo composta por dois arcos atirantados que sustentam as laterais da edificação, aparentada ao Palácio dos Soviets de Le Corbusier (1930), artifício que será também utilizado pelo famoso e pioneiro arquiteto Luiz Nunes, em 1935, na Escola Rural Alberto Torres, em Recife. Seguindo a via aberta por Amorim (2007), pretendemos contribuir para um Obituário da arquitetura modernista em Pernambuco. Deixamos ao final em aberto uma questão sobre o desprezo em relação ao patrimônio modernista. De fato, se de um lado ele pode ser atribuído a questões da especulação imobiliária e da voracidade pela valorização de terrenos com maior taxa de ocupação, por outro lado ele não evidenciaria também a mudança das elites dirigentes? Os que no passado eram elite e construíram os Clubes, entre eles o Líbano Brasileiro, não são hoje substituídos pelos que constroem as torres empresarias? Na impossibilidade de fechar uma resposta o que pretende este artigo é documentar mais um moribundo, enfatizando o valor que se perde, mais do que choro de carpideiras pretendemos fomentar uma discussão reativa. Entre choros e velas dos sucessivos leitos de morte, talvez algum exemplar se salve. Registrar, como forma de sobreviver. | pt_BR |